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Sobre aquele Harlem na semana seguinte

E voltei. Não aguentei de saudade, ou de sei lá o que, que deu em mim. E vivi outra experiência que me tirou do chão. Assisti a um culto gospel em uma igreja. Entrei no amigo google mesmo. Procurei uma que tivesse um horário que desse tempo de chegar e que não fosse lotada de turistas (sim, essa é uma atração bem procurada). Cheguei num lugar enorme, enorme mesmo. Uma série de pessoas estavam preparadas para ajudar quem entrasse. Nos encaminhavam para o espaço onde podem sentar pessoas que não fazem parte daquela comunidade, nos colocavam nos assentos e pronto, já era tempo de aproveitar.

E assim, como que de um segundo para o outro, fui levada a um furacão de sensações, num misto de excitação e emoção. As músicas começam tão animadas, que o corpo se movia sozinho, pedindo pra dançar. Quase como uma batucada brasileira, daquelas que a gente sente tudo tremendo por dentro, um axezão, uma timbalada, um sambão de primeira. E eu pulei com todo mundo, como todo mundo. E já suando, me vi emocionada com toda aquela devoção, todo aquele amor emanado pelas pessoas que frequentam o lugar. Segurei o choro, acho que fiquei com medo de passar como bobona, de ser julgada por sabe-se lá que bobagem que nem lembro, e que nem deve ter sentido, e agora eu mesma me vejo como boba por não ter deixado as lágrimas que tanto queriam sair, rolarem. E eles cantavam, dançavam, sorriam, gargalhavam, batiam palmas, jogavam os braços pro alto e cantavam mais e mais.

Em seguida, vieram as canções mais leves, mais lentas, um momento de contemplação, de meditação e de também questionar a mim mesma, diante de todas aquelas crenças. Não frequento igrejas há muitos anos. Não me vejo religiosa há mais tempo ainda. E nesse meio do caminho, assisti missas, cultos, palestras espíritas, fui a terreiros, e tudo mais. Acredito mesmo que a maior parte das religiões buscam a mesmissississima coisa, talvez com alguns radicalismos que tentam convencer de que algo está errado na religião do vizinho, mas a base é toda igual: amor, fé em Deus, fé no homem, fé em algo que é maior do que nós, companheirismo, respeito e mais, mais, mais amor. Esse pensamento me preencheu e saí de lá numa calma, que levei pelo dia, pela semana e tenho tentado levar pela vida.

Foi um presente estar ali. Quero voltar outras vezes. Quero levar todo mundo que passa por NYC. Já dei dicas para um monte de gente e algumas já até foram. É mesmo uma experiência única. Se você tiver a oportunidade, vá. Não perderá seu tempo. No mínimo, ouvirá de 50 a 100 vozes cantando lindamente, maravilhosamente, gradiosamente!


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