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Sobre monday mornings (ou sobre não amar o metrô tanto assim)

Tem dias que eu amo. Mas tem dias que eu ODEIO o metrô, com todas as letras garrafais mesmo. Pelamorrrr, quem merece? Nobody!


Ontem, saí de casa 7h da madruga (madruga pra mim, foi mal) e cheguei pra pegar o trem. Dei de cara com ele parando na estaçao. Corri pra entrar e nao consegui chegar a tempo. A 'muié' fechou a porta mesmo me vendo na cara do vagão. Esperei pelo próximo e pronto, entrei. Na 59st, saí para trocar pelo N, subway que me leva até o trabalho. Esperei, esperei, esperei. Outros 4 trens de letra R passaram e nada do N. Quando ele chegou, era tanta gente, que os carros já vieram até embaçados, do bafo que surgia lá de dentro. Entrei pra me tornar mais uma sardinha daquele enlatado. A cada estação, mais e mais pessoas entravam, enquanto umas duas ou três saíam, o que foi deixando o ambiente cada vez mais minusculamente desesperador, provando que dois (ou muitos) seres podem habitar o mesmo espaço de vez em quando.


Num determinado momento, já era bem difícil fazer alguém caber ali dentro, apesar do constante esforço. Eu já abraçava o pequeno chinês, que se acomodou em frente ao poste de segurança. Ele embaixo, lendo seu Kindle, e minha mão passando ao lado do seu pescoço numa busca angustiante por algum apoio que me deixasse em pé, fazendo com que vivêssemos alguns minutos de uma intimidade desconcertante.


Um rapazinho forçou a entrada, ainda estava com metade do corpo pra fora. Sem muita paciência gritou: ou, entra aí! Na minha cabeça dei uma resposta bem grosseira, que deve também ter ecoado nas outras mentes ao meu redor. Estávamos tentando, não era obvio? Minha maior vontade: a chegada da tal da parada na Canal Street. Essa sempre deixa pelo caminho 1/3 dos passageiros, que seguem para seus trabalhos na região da Chinatown. Antes, a passagem pela ponte, uma parte que eu adoro do percurso. Ver a cidade, o rio Hudson, o skyline, os grafites nos prédios. Mas, claro, não dava pra ver nem uma mosca pra fora do vagão. A mistura de cabeças e vidros onde poderíamos escrever longas cartas na água acumulada (Eca, diria meu pai) não deixava.


Sentei, ufa, com a saída de uma parcela daquela população, convencida de que tinha escolhido um péssimo dia pra usar salto (sim, ainda tinha isso). Cheguei no meu ponto final já atrasada. Da estação até o trabalho, a luta contra o chão molhado, cheio de gelo derretendo e a busca por uma não queda. Resultado positivo, apenas algumas quase quedas. E pra acabar esse texto cheio de lamúrias, cheguei! hahahah E tive um dia ótimo!


Monday mornings não podem nos dar moleza mesmo, já diz a tradição. É trabalho delas nos fazer sofrer todo começo de semana.

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