A nevasca acabou e NYC sobreviveu à (nem tão grande assim) quantidade de neve que passou por aqui. Foi interessante ver a movimentação. Às 17h30 já não se via quase ninguém nas ruas de Manhattan. Passei ao lado da Times Square, para pegar o metrô, às moscas. Nos vagões dos trens, os últimos gatos pingados que saíam de seus trabalhos. Muitos começaram a ser liberados por volta das 14h. E uma neve que caía sem parar, gelada, grossa, forte, e que parecia dizer a que vinha. Tudo branquinho ao meu redor.
Chegando no meu bairro querido, Bay Ridge, vi passarelas altas com a neve, um mercado cheio de gente que abastecia a geladeira para o próximo dia, casas com suas luzinhas e pessoas esparramadas nos sofás e um vento que cortava a pele, o osso, o corpo. Fiz, também, minhas comprinhas e corri pra dentro da home sweet home. Em casa, rimos, brindamos o dia off, aquecemos o corpo e tiramos a neve da porta, para não acumular.
No dia seguinte, um pouco de frustração: a nevasca histórica havia se tornado apenas uma nevasca comum. O vento decidiu mudar seus rumos e caminhou mais pra lá do que pra cá. Tudo bem, melhor pra aproveitar o dia! E foi assim, um café light, acompanhado de mais risadas e uma volta pela linda região onde moro. Na beira no rio tem um parque delicioso, lugar onde crianças brincam, cachorros passeiam, atletas correm, famílias caminham e casais namoram (assim como em qualquer outro parque. A diferença é que eu moro perto desse).
Chegando lá, tudo branco, aquela camada espessa bem lisinha de um branco bem branco (e lindo). E, ah, vá lá né? Eu sou brasileira, não vejo neve assim todo dia, hahah. Me joguei! Brinquei, tirei fotos, curti como qualquer turista bocó faria (e eu sou uma turista bocó). A vista do rio, com Manhattan ao fundo, preencheu ainda mais o dia, e o meu coração. Realmente, o bairro tem aquele ar de subúrbio, diferente de qualquer outra área do Brooklyn, mas também nos privilegia com vistas de tirar o fôlego e uma calmaria constante.
E o dia terminou como começou, na casinha, curtindo o dia off, em boa companhia, boa música (bossa nova), boa comida e bom vinho. Valeu pelo presente, nevasca!
